sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Deste meu trapiche

Ás vezes eu pesco um leitor .Outras vezes um leitor me pesca. Entre uma coisa e outra, as águas vão passando.




Das Escolas Poéticas

A minha escola poética? Não freqüento nenhuma.
Fui sempre um gazeador de todas as escolas. Desde assinzinho... Tão bom!!


Caderno H -  Quintana

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Eu quero amar perdidamente


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder ... pra me encontrar...
Florbela Espanca

Em atitudes e em ritmos fleugmáticos,
Erguendo as mãos em gestos recolhidos,
Todos brocados fúlgidos, hieráticos,
Em ti andam bailando os meus sentidos…
E os meus olhos serenos, enigmáticos
Meninos que na estrada andam perdidos,
Dolorosos, tristíssimos, extáticos,
São letras de poemas nunca lidos…
As magnólias abertas dos meus dedos
São mistérios, são filtros, são enredos
Que pecados d´amor trazem de rastros…
E a minha boca, a rútila manhã,
Na Via Láctea, lírica, pagã,
A rir desfolha as pétalas dos astros!…
Florbela Espanca -  A Mensageira Das Violetas
Quero ficar com a magia
a magia daquele dia
aquele momento
as luzes que caíam sobre mim.

A energia que me encantava
A felicidade que me brotava.

Mas quero, de tudo, apenas a magia.
O brilho me guia
e eu sigo flutuando.
Uma mescla de desconforto e prazer

calor

prazer e dor

tremor

palpitação

agonia

prazer

dor

agonia

plenitude!

calmaria...

Letras

Assim...
tu
lendo Fernando Pessoa
em pé
no meu quarto
ao lado da minha cama
...e eu
te olhando

-Amei!
Por alguns segundos amei
Amei
Por alguns segundos te amei.

Estranõ

Donde está de mi cafe?
de mi polar?
de la linterna en mis ojos?

Cadê você dos meus dias?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer

- esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido...

...e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços...
Quem tem alma não tem calma.


Fernando Pessoa

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E eu q pensei q estava bêbada
que doce ilusão a minha!

Que  triste mania  tenho em não escutar ...
poderia ter ficado um pouco mais, tomado mais algumas cervejas

A lucidez, minha maior embriaguez!
Quizera eu encontrar
por algumas horas
a fuga dessa lucidez...

Poderia rir
e chorar
Sem culpa
Poderia cruzar com um ente qualquer
acreditar ser um lord...

Os lord's
apenas em embriaguez...

Basta às vezes
Uma voz harmoniosa,
Um sorriso casual que dá agrado
Para aliviar
Muito e tanta
Tortura ou confusão da mente.

Não me fales por enquanto.
Baixa os olhos.
Baixa-os lentos sem deixares
De me ver

Tudo merece atenção,
Até o amor,
Se não for demasiado.

Hoje quero só esquecer.
Fernando Pessoa

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Nuca

Nuca Nua

Inspiração  Expiração

Nua Nuca Nua

Nuca Mãos
Nuca  Olhos

Gana
Gula

Nuca Nua
Pele  Sorriso

Nuca Nua
Pescoço  Barba

Nua Nuca

Mãos suaves em mim.
Urgência em saber quem sou
cansada por  não me achar

Rugas que criam mapas
mas não conseguem encontrar.

Corpos de tantas miragens
versos de tantos dizer

...mas será que jamais me acabo
para de novo nascer?
Esvazio-me em letras
e sinto sono

Alma que chama o corpo
corpo - teimoso

Não escuta a alma.

Ingenuidade Baiana

...os temperos não foram suficientes!

faltou o sal

faltou o açucar

que culpa tenho eu?

não gosto do sal,
tampouco do açucar

pensei que bastasse a pimenta!
Fico a observar as linhas
sentir
tocar
como se nada existisse, apenas linhas

linhas que criam formas
linhas que se encontram

As linhas que formam o todo
O TODO
que não existe
apenas linhas...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

...O azul dos olhos dele,
a esperança dela!

Fada Madrinha

Dia cinza! Telefone tocando, mas sem nenhuma vontade em atender...
Pensamentos pesados, olhos cansados.

Mais um sábado.
-Por que ??  Por que??

Tantas perguntas sem respostas...
Queria sim, claro que queria ir na festa.
Mas, ele estaria lá. Na verdade, esse era o motivo! Ele era o motivo!
Motivo que fazia ela querer e ao mesmo tempo não querer ir a festa.

Ela liga pra ele, ele pede desculpas, ela vai a festa.
Eles eram amigos, pensa ela.

Ele vê ela chegar na festa, se esconde.
Ela sorri, percebe que seria difícil falar com ele agora.
Entra na festa, encontra alguns amigos.
Percorre com os olhos o cenário, se arrepende de estar ali.

A namorada atual dele insiste em conversar com ela,
ela tenta ser natural.
Ele surta. Começa a fazer cenas de ciúmes para ela.
Beija a namorada e olha para ela.
Beija a namorada e olha para ela.
Beija a namorada e olha para ela.
Muitas vezes...


Ela pensa: Por que???  Por que???
Decide por  uma cerveja.

Muitas perguntas sem respostas...
Vai até o bar, pega uma cerveja e fica dançando com alguns amigos.

Pensa em ir embora.
Dia cinza. Pensamentos pesados. Olhos cansados.

Decide por mais uma cerveja.
Agora, brincando, dançando. ELA olha para o lado o vê  ELE. (ATO 3)


Ele que ela pouco conhecia e que a muito não via.
Ele que por um momento deixou ela com as mãos frias...
Ele que sorria!!!



Encenação:


ATO 1:

Ela, perdida, tenta cantar alguma música. Detesta todas. Pensa em ir embora. Fala com algumas pessoas.
Liga pra uma amiga que ainda não chegou. Decide esperar a amiga e pegar mais uma cerveja.

Ele, em casa, sem banho e com os cabelos bagunçados. Toca o telefone, um amigo convidandoo para uma festinha.
- Mais um sábado, pensa ele.

Sem dinheiro, sem banho, sem esperança.
Aceita o convite, bebida liberada...

ATO 2:

Ela, toma sua cerveja, agora já dança e ri...
Finge não estar vendo o casal de namorados, que insistem em perseguí-la, se enroscando
Ela olha, tentando entender a situação, acha melhor mais cervejas.

ATO 3:

Agora, brincando, dançando, ELA olha para o lado o vê  ELE.
Ele chega com alguns amigos.
Ele passa por ela, ela olha pra ele. Ele, rosto expressivo, vem falar com ela.
Ela engasga. As palavras não saem de sua boca.
Ele sorri. Abraça ela,  os dois se separam e seguem com seus amigos.


ATO 4:

Ela, ainda dançando com seus amigos, procura por ele...não encontra.
Decide por mais uma cerveja.
Vai em direção ao bar.

Ele, no bar, espera por ela.
Se encontram no bar,
Ele beija Ela.


ATO 5:

Ela acorda com a telefone tocando
vê ele ao seu lado na cama.

Uma Fada Madrinha...pensa.

Dia colorido. Coração batendo. Olho brilhando.
Gostinho  bom de vingança na boca...
Uma vingança pura, ingênua

Um dia claro, limpo.
O sol voltou  a brilhar.  ELA sorri.


ATO 6:

...em construção




-Queria eu ser a dama

  e ele...

  o Vagabumdo.

Primeira Página

Prirmeira página da nossa história
uma relação bastante antiga, velha e desgastada.
Que grita por um pouco de ar,
então
Escrevo
E essa é sua primeira página: Devaneios de Maria

Escrevo
Escrevo por ter findado qualquer outra possibilidade
Escrevo por ter cansado de tentar falar...

Já amanheceu, novamente estou aqui
espero pelo dia
espero pelo sol
mais uma noite sem sono

mais uma noite perdida...
perdida?
ganha?

como saber se ganhei ou se perdi?

Mas nasce Maria
Maria nasce hoje, por que João nasceu ontem

João, filho de outra Maria, minha irmã!

É bom quando chega alguém novo na família
mas
quem será esse alguém?

Como posso querer saber quem será ele
se não sei quem sou?

Como posso querer saber do joão,
se não encontro a Maria?